Show do Queen em Porto Alegre, quase não aconteceu!

Entenda como problemas com o PPCI podem cancelar shows

Entrega de documentação fora do prazo pode gerar interdição por parte do Corpo de Bombeiros

Um dos grandes shows do ano em Porto Alegre, a apresentação do Queen + Adam Lambert quase não aconteceu na última segunda-feira. E não foi por que o atual vocalista, o cantor Adam Lambert, não estava a altura de substituir o ícone Freddy Mercury: quem não estava a altura era o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), que até quase o início da abertura dos portões não havia sido aprovado pelo Corpo de Bombeiros . Felizmente, tudo deu certo – com a performance do jovem frontman e com o PPCI.
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Documento obrigatório para qualquer instalação comercial, industrial e edifícios residenciais, o PPCI passou a ser exigido também para eventos temporários. Desde 2004, shows, feiras, circos e afins também precisam elaborar um PPCI (que varia de acordo com a proposta do evento) e encaminhar para avaliação do Corpo de Bombeiros com até dez dias de antecedência da abertura – é aí que mora o problema.

Segundo o Major Jeferson Ecco, comandante do 1º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, pedidos de avaliação para PPCIs de eventos temporários são tratados como prioridade – desde que protocolados dentro do prazo. Se o pedido é feito fora do prazo, no entanto, a interdição do evento é automática.
– Se o evento não apresentar o PPCI em até cinco dias antes, cabe interdição – explica Ecco. – Daí o que acontece: a legislação te dá um tempo para arrumar o que está errado, que é de até 24 horas antes do início do evento. Mas, na prática, a gente leva até o último minuto – explica.
Ecco ressalta que o PPCI do evento é diferente do PPCI do local onde ele será realizado:
– No caso de um Gigantinho, por exemplo, ele está todo preparado para receber público. Só que no momento em que o camarada vai fazer um show, ele vai botar palco e outras estruturas que vão limitar as saídas, por exemplo, ele precisa fazer o PPCI para aquele evento específico.
Ecco aponta que problemas com iluminação e saídas de emergência são os itens que mais costumam ser reprovados em eventos temporários onde há reunião de público – caso de shows em lugares que não foram construídos para esta finalidade, como ginásios e estádios. Mesmo assim, as interdições definitivas são raras.
– Empresas que fazem esse tipo de evento sabem o que tem que fazer, mas às vezes pecam no conhecimento técnico do responsável em prever tudo o que precisa ser previsto e cumprir os prazos. Por isso, sempre tem um bombeiro 24 horas de plantão para resolver esse tipo de problema.

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