Oito em cada 10 brasileiros afirmam reconhecer o pagamento de impostos

A percepção dos brasileiros sobre o pagamento de impostos atingiu seu ápice este ano, aponta pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e pelo Instituto Ipsos

A percepção dos brasileiros sobre o pagamento de impostos atingiu seu ápice este ano, aponta pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e pelo Instituto Ipsos. Conforme o estudo, elaborado a partir de entrevistas in loco com 1,2 mil pessoas de 72 municípios do País, oito em cada 10 brasileiros afirmam reconhecer o pagamento de impostos.
Neste ano, 78% informaram ter consciência de que pagam impostos. Há 10 anos, quando a pesquisa começou a ser realizada, apenas 45% dos brasileiros tinham esta percepção. A análise apresentou uma alta de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado e o maior índice já registrado pela série histórica, iniciada em 2007.
O estudo aponta um crescimento da conscientização da população em relação ao total pago. O aumento do grau de escolaridade e a proliferação de informações e discussões sobre as políticas fiscal e tributária são apontadas pelo o economista da Fecomércio/RJ, Christian Travassos, como alguns dos aspectos responsáveis pela conscientização sobre o tema.
“Se os debates em torno da política fiscal, monetária e partidária já vinha forte desde 2013, em 2016, com a contração na economia e o desemprego na faixa de 12 milhões, entender no que está gastando é ainda mais importante”, explica o economista. Paralelamente, legislações voltadas à criação de um ambiente mais transparente, como a Lei do Imposto na Nota (Lei nº 12.741, de 8 de dezembro de 2012), ajudam a informar ao cidadão o quanto representa a parcela dos tributos paga, nesse caso, a cada compra realizada.
Porém, olhando por outro prisma, a pesquisa revela que 22% não reconhecem que trabalharam em média 153 dias de 2016 somente para pagar tributos. De acordo com o estudo “Dias trabalhados para pagar tributos” divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), todos os rendimentos que o contribuinte recebeu até o dia 1 de junho de 2016 serviram somente para pagar impostos, taxas e contribuições. Os cidadãos brasileiros tiveram ainda que destinar em média 41,80% do seu rendimento bruto em 2016 para pagar a tributação sobre os rendimentos, consumo, patrimônio e outros. Nos anos de 2014 e 2015 o índice permaneceu o mesmo: de 41,37%.
Além disso, segundo Travassos, pesquisas recentes demonstram que R$ 1,00 em cada R$ 3,00 movimentados pelo consumidor brasileiro é destinado ao pagamento de impostos. “Daí a importância de entender como os cidadãos notam o pagamento de impostos no seu dia a dia”, destaca Travassos. Para o especialista, se mais brasileiros tiverem consciência da arrecadação, o gasto público também vai precisar melhorar e as entidades representativas terão maior capacidade de articulação para pressionar por uma carga tributária mais condizente com a realidade e favorável aos negócios.
“Apesar de contribuir cada vez mais com a crescente arrecadação tributária do País, o brasileiro continua não vendo investimentos em recursos fundamentais e de direito do cidadão como, educação, saúde e segurança”, afirmou o presidente do IBPT, João Eloi Olenike. No ranking dos países pesquisados, o Brasil se aproxima da Noruega, lugar em que os cidadãos destinam 157 dias de trabalho aos tributos.
Fonte: Jornal do Comércio

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