Servidores estaduais protestam em caminhada por ruas de Porto Alegre

Protesto dos servidores públicos do RS (Foto: EPTC/Divulgação)
Servidores caminharam até o Centro Administrativo de Porto Alegre (Foto: EPTC/Divulgação)

Grupo saiu da Avenida Ipiranga e se deslocou para a Borges de Medeiros.
Governo confirmou nesta segunda pagamento de salários em 4 parcelas.

Após a confirmação de um novo parcelamento de salários, um grupo de servidores estaduais protestou em caminhada por ruas de Porto Alegre. Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) eram cerca de 60 pessoas, que iniciaram o protesto pouco antes do meio-dia.
Os manifestantes se deslocaram pelas avenidas Ipiranga, Érico Veríssimo, Aureliano de Figueiredo Pinto e Borges de Medeiros, ingresso no prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), onde mais cedo houve uma confusão entre servidores.
A EPTC afirma que houve lentidão nos dois sentidos da Avenida Ipiranga. Por volta de 12h30, a situação era considerada normalizada.

Governador José Ivo Sartori discursou no Palácio Piratini (Foto: Governo do estado/Divulgação)
Governador José Ivo Sartori discursou no Palácio Piratini
(Foto: Governo do estado/Divulgação)

Salários em quatro parcelas
Em pronunciamento nesta segunda-feira (31) no Palácio Piratini, o governador do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori confirmou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais pela segunda vez. Na ocasião, foi detalhado o calendário de pagamento da folha do mês de agosto, que será dividido em quatro parcelas. A medida é válida para todos os funcionários vinculados ao Poder Executivo.
Uma segunda parcela de R$ 800 será depositada até o próximo dia 11 de setembro. Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 será creditada até o dia 22. No sábado (29), os extratos dos servidores públicos indicavam que haveria parcelamento e qual seria o valor depositado.
Ao fazer o anúncio, Sartori embargou a voz e disse que respeita as manifestações de indignação dos servidores diante da medida. “Aos servidores e as suas famílias, em primeiro lugar, o meu respeito pessoal. A despeito de tudo, têm o meu respeito. Sei a consequência desse problema e, mas todos nós estamos do mesmo lado, precisando enfrentar o mesmo inimigo”, discursou o governador.
Com a confirmação do fatiamento dos contracheques, trabalhadores do estado iniciaram a greve de quatro dias. As áreas da segurança e da educação devem ser as mais impactadas.
Paralisação de quatro dias
Os professores prometem paralisação total. Maior colégio público do estado, o Julio de Castilhos estava vazio e de portões fechados no início da manhã desta segunda (31).
Na área da segurança, o atendimento nas delegacias é limitado, como foi em outras paralisações. Só serão atendidas ocorrências graves, como homicídios, estupros, casos da Lei Maria da Penha e roubos.
Os dois principais sindicatos de servidores da Brigada Militar aguardavam o pronunciamento do governador para anunciar as medidas a serem tomadas em represália ao parcelamento. Ainda assim, as ações já estão definidas, e a que mais deve impactar na segurança será o aquartelamento dos policiais militares, que deve ser intensificado a partir de terça (1). Entidades ligadas à saúde e agropecuária também devem limitar os serviços.
Em Porto Alegre, o Sindicato dos Rodoviários não prevê paralisações. Já o SindBancários e a Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), que representam os bancários da capital e do estado, respectivamente, devem ingressar na Justiça contra a abertura dos bancos devido à falta de segurança.
Salários parcelados pela segunda vez
Desde o início do ano, quando Sartori assumiu o mandato, o Palácio Piratini tenta equilibrar as finanças. Porém, tem dificuldade para conseguir pagar os salários dos servidores em dia. No último dia 31 de julho, o governo anunciou o parcelamento dos salários dos servidores do Executivo pela primeira vez. O pagamento no mês passado seria realizado em três vezes. A medida causou protestos e paralisações em todo o estado.
No dia 11, entretanto, o governador José Ivo Sartori decidiu complementar o valor pendente e com isso adiar o pagamento da parcela da dívida com a União. No mesmo dia, o Tesouro Nacional bloqueou as contas do estado, conforme estava previsto no contrato. A situação só foi normalizada no dia 20.
Fonte: G1

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